Primeiro dia do ano, últimas palavras de ontem, primeiras de hoje

Lannoy Dorin

    No final de cada ano, desejamos aos mais próximos paz, saúde amor e felicidade.E assim deveríamos continuar pelos séculos afora, pois boa parte desta vida consiste em sonhar com um futuro maravilhoso.
    Feliz ou infelizmente, vivemos chorando pelo que se foi e não foi como esperávamos que fosse.Pior ainda: não poderá ser revivido.Mas somos também construtores de fantasias, que no mais das vezes pouco têm a ver com a vida humana.
    Realmente, seria muito ruim se não tivéssemos o dom divinal do sonho que busca o prazer, em vigília e durante o sono.Veríamos a vida como máquinas fotográficas, sem senti-la e sem desejar mudá-la para melhor.
    Talvez devessemos dizer todo dia e enfatizar no primeiro do ano, que cada um, com amor e boa vontade, transforme pelo menos uma pequena parcela do mundo ruim em boa.
    Mas, perguntará o negativista, o que é bom?
    Pois podemos lhe responder que o bom é o que não nega a natureza pura e bela e as potencialidades humanas para o bem e o amor.Bom é tudo que não bloqueia o que há de grande e  poderoso no ser humano no ato de seu nascimento.Portanto, são coisas boas as que a natureza nos oferece gratuitamente e as produções humanas que nos dão prazer e reforçam a vontade de continuarmos lutando, para que todos comam, durmam, sonhem e tenham uma vida decente.
    Neste final de ano, há que se pedir a todos os bons e fortes que ajudem os mais necessitados a suportarem as vicissitudes desta existência.Que fomentem a esperança dos pobres e humildes e dobrem a arrogância dos ricos sem cultura, amor e bondade.Que dêem exemplos de inspiração, para criar coisas boas, e de reflexão, para contemplar o que há de bom e belo no mundo.
    Desejamos que cada um de nós seja capaz de reconhecer no anônimo um irmão e possa repartir, com os que menos têm, um pouco daquilo que nos foi dado ou conseguido com suor e lágrimas. Como nos ensinaram os grandes mestres, é dando que provamos a nós mesmos que somos, porque temos os bens materiais, mas eles não nos têm.

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